O resultado do Índice de Defesa Cibernética 2022/23 não foi nada bom para o Brasil, ficando em 18° lugar da lista com nota 4,75 principalmente devido à carência de investimentos e regulamentações. Os primeiros lugares do ranking ficaram com Austrália (7,83), Países Baixos (7,61) e Coreia do Sul (7,41), respectivamente.
Estudo do anual MIT Technology Review
O Índice de Defesa Cibernética é um estudo feito pelo MIT que classifica e ranqueia o cenário interno dos 20 países com as maiores economias do mundo com relação ao nível de preparo e capacidade de reagir e recuperar-se de ataques cibernéticos.
Os dados para a pesquisa são obtidos através de fontes secundárias, como políticas regulatórias, por exemplo, somada a pesquisa global com 1000 executivos que têm a cibersegurança sob sua responsabilidade, especialmente CIOs e CTOs.
A análise é dividida em 4 pilares:
Infraestrutura Crítica:
Indica o quão bem os países têm disponíveis recursos de computação e redes digitais e de telecomunicações seguros e robustos em sua atividade econômica primária. Representa 30% da nota final.
Recursos de Cibersegurança:
Leva em conta os aparatos legais e tecnológicos em cada país para a proteção contra acesso e uso de dados de forma inapropriada. Compõe a maior parte da nota, com 35% de participação.
Capacidade Organizacional:
Mede a maturidade da cibersegurança e experiência no mundo digital das instituições e empresas do país, incluindo a participação digital do governo e o nível de familiaridade das organizações com inteligência digital, por exemplo. Contribui com 20% da nota final.
Comprometimento com Políticas:
Verifica a abrangência, qualidade e eficácia do ambiente regulatório de um país no intuito de aprimorar e promover práticas resilientes de segurança cibernética. Responde por 15% da pontuação geral.
Dos pilares analisados, o Brasil foi pior no Comprometimento com Políticas ficando em 19° lugar, à frente apenas da Turquia. Esse é um ponto preocupante, já que países com falta de regulamentação-base estão ligados a níveis crescentes ciberataques.
“A segurança cibernética se tornou uma preocupação geral e ganhou mais relevância nos últimos anos, especialmente por causa do aumento da complexidade do cenário de riscos com a aceleração do processo de digitalização, alavancado pela pandemia. Na internet, qualquer empresa, pessoa ou governo pode se transformar em um alvo potencial para ataques cibernéticos e as consequências podem tomar dimensões inimagináveis. Assim como a segurança pública, na rua, é um problema enorme no Brasil, no digital também”, alertou André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil.
Portanto, em um cenário tão preocupante e como em outras áreas importantes, temos a obrigação de tomarmos as medidas necessárias para nossa segurança antes que seja tarde.